sexta-feira, 28 de março de 2008










Sindicalistas são presos por extorsão em Campinas
Plantão Publicada em 26/03/2008 às 21h49m
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EPTV
SÃO PAULO - Três representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Campinas foram presos nesta quarta-feira quando extorquiam um representante de uma empresa de plano de saúde. Eles exigiram R$ 600 mil em dinheiro por terem influenciado os trabalhadores a aceitar um novo contrato. A empresa denunciou o caso ao Ministério Público e à Polícia Civil. Foram presos a advogada do sindicato, Kátia Gomide, um representante da entidade, Marcos Cará, e o tesoureiro, Gabriel Francisco Souza.
Uma câmera escondida gravou várias reuniões entre membros do sindicato e diretores da empresa de convênio médico. Os sindicalistas exigiam da empresa recém-contratada pela Associação das Empresas Permissionárias de Ônibus (Transurc) uma comissão informal por terem convencido os trabalhadores a pagar mais pela assistência médica. Em uma das reuniões, o sindicalista Marcos Cará disse ao diretor da empresa médica:
- Muito pior do que vender é convencer o pessoal a pagar mais do que eles pagavam. Nós fizemos isso, regularizamos, colocamos o Departamento Jurídico à disposição para fazer tudo isso, pra depois dizer...oh não...só 30% - disse.
Ainda segundo os representantes, tudo já havia sido acertado com a Transurc. Em outras reuniões, Marcos Cará disse:
- Todo tempo os empresários disseram para nós: Faz a lição de casa de vocês que do outro lado está tudo certo. Os empresários sabiam disso, a Transurc sabia e vocês também sabiam - afirmou.
A comissão exigida corresponderia a 100% da mensalidade repassada pela associação ao plano de saúde, cerca de R$ 600 mil. E o valor não poderia ser negociado.
- Para sindicato é uma fatura inteira e ponto final. Isso é sagrado no movimento sindical. Todo mudo sabe o que é que é isso. Agora vem falar em 30%. Tá pensando que está falando com quem, com idiota? - disse a advogada do sindicato, Kátia Gomide, que também assessora o Sindicato dos Servidores de Campinas, inclusive fazendo denúncias de funcionários fantasmas na administração municipal.
Sem acordo sobre o valor a ser repassado aos sindicalistas, eles fizeram ameaças:
- Sabe o que nós vamos fazer? Nós vamos pedir para esse benefício ser jogado nos salários. E vamos fazer greve para isso. Esse benefício vai ter que ser repassado em percentual no salário. Aí o trabalhador faz o convênio que ele quiser. Quero ver o que o senhor vai fazer com o contrato, com a Transurc, com todo mundo - ameaçou Marcos Cará.
Os representantes do sindicato insistiram em que o acordo verbal teria um peso de pacto de cavaleiros.
- Se o senhor fez um pacto, esse pacto tem que ser mantido. É o fio do bigode no movimento sindical. Ninguém rompe esse bigode. Pelo menos ninguém rompe e fica impune - ameaçou a advogada Kátia Gomide.
O negociador da empresa de saúde fingiu depois aceitar o acordo e perguntou se deveria pagar em dinheiro ou cheque. Kátia Gomide respondeu que preferia dinheiro e ainda fez uma concessão, que poderia ser em duas vezes.
Depois destas reuniões gravadas, um novo encontro foi marcado com os sindicalistas. Seria para o pagamento dos R$ 600 mil. O funcionário da empresa de saúde levou parte do dinheiro, e quando saiu para buscar o restante, policiais e o Ministério Público entraram na sala e deram vós de prisão. Os três foram algemados. Kátia Gomide ainda perguntou ao delegado.
- O senhor vai me algemar, o que é que eu fiz? - disse.
Para o promotor de Justiça Luiz Alberto Bevilacqua, ameaçar o sistema de transporte com greve é extorsão. O delegado, Eduardo Simões, disse que o inquérito instaurado é que vai dizer se outras pessoas estão envolvidas.
- Outras diligências devem ser feitas - afirmou o promotor.

Logo após a prisão dos representantes, a EPTV esteve no Sindicato dos Motoristas e falou com o presidente Matusalem de Lima. Ele negou saber da extorsão que os membros da entidade faziam.
- Eu não tenho conhecimento - disse Matusalem.
Questionado sobre o fato de a advogada Kátia Gomide ter citado o nome dele nas negociações com a empresa, o presidente disse que "alguém vai ter que provar". Lima disse também que a cotação de mercado é feita pela Transurc e cabe apenas ao sindicato discutir os valores a serem descontados das folhas de pagamento dos funcionários. Questionado também sobre a prisão dos membros do sindicato limitou-se a dizer:
- Fui pego de surpresa - afirmou.
Estas também foram as palavras do diretor de Comunicação e Marketing da Transurc, Paulo Bard11al.
- Nós fomos pegos de surpresa por esta notícia - afirmou.
Há um mês, dois diretores da Transurc foram informados pelo Plano de Saúde sobre o que estava acontecendo. Bardal disse que a Transurc afirmou que não concordava com esta prática. Ele disse ainda que os diretores da associação de ônibus ainda não se reuniram para discutir o assunto.


RESUMO
Sindicalistas são presos por extorsão em Campinas

Três representantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Campinas, a advogada, um representante e o tesoureiro, foram presos quando extorquiam um representante de uma empresa de saúde por ter influenciado os trabalhadores a aprovarem um novo contrato referente ao plano de saúde. A empresa denunciou o caso ao Ministério Público e a Polícia Civil. Foi usada uma câmara escondida para gravar as reuniões, onde os sindicalistas exigiam da empresa de saúde que fora contratada pela Associação das Empresas Permissionárias de Ônibus uma comissão informal pela aprovação do novo plano de saúde. Comissão de R$ 600 mil, o equivalente a 100% de uma fatura do mês repassada pela associação ao plano de saúde. A polícia orientou a empresa de saúde a concordar com o pagamento. Foi marcado o encontro para pagamento do valor, quando a polícia efetuou a prisão dos três em flagrante.



ANÁLISE CRÍTICA

O autor foi imparcial e elucidativo na matéria, uma vez que ele foi bem claro em suas colocações inclusive reproduzindo trechos das gravações feitas, explicando bem, como se deu o fato, a origem dos fatos, que vem desde a influência do sindicato na aprovação do novo plano de saúde, inclusive com aumento no valor pago pelos trabalhadores, à comunicação que a empresa de saúde fez ao Ministério Público, Polícia Civil e também a Associação das Empresas Permissionárias de Ônibus, também com entrevistas feitas com representantes de todos os envolvidos na matéria. A importância desta matéria para administração, consiste no fato de que a negociação possivelmente deve ter sido encaminhada pelos administradores da empresa, que se viram envolvidos numa questão de corrupção, extorsão, envolvendo representantes de trabalhadores de empresas de transportes. Nos mostra que sendo administradores devemos agir com lisura e transparência nos negócios que administramos.








sexta-feira, 14 de março de 2008

Corrupção

"O tema escolhido "corrupção" é para termos a oportunidade de discutir umpouco o que acontece no Brasil, principalmente na administração pública, queconsome o dinheiro público através de falcatruas e desvios, enquanto apopulação sofre com o descaso dos governantes, como na educação, saúde,saneamento básico.Ao longo dos próximos meses publicaremos matérias pertinentes ao temas paraque todos nós tenhamos a oportunidade de discutir e opinar sobre aspublicações.

Edson/Raimundo.